Quando chega a hora do adeus...

Tenho andado desaparecida, mas têm acontecido algumas coisas que me têm impedido de escrever aqui e de passar por todos os vossos blogs…


A morte é um assunto que me deixa sempre transtornada. Aliás, é um assunto a que ninguém fica indiferente. Seja de uma pessoa mais próxima, seja de alguém conhecido. Fica aquela sensação de que o mundo ficou mais pobre com a partida dessa pessoa…

Na última 6ª feira, chegou a vez da minha avó paterna, Cassilda, dizer adeus a este mundo em circunstâncias que ainda estão por esclarecer. Eu não mantinha um contacto muito próximo com esta minha avó, pelo menos nos últimos anos. Mas era minha avó, mãe do meu pai e fiquei triste por saber que tinha partido, por saber que nunca mais a vou ver á volta da fogueira, que nunca mais vou ver aquelas mãos de pele tão lisa apesar de uma vida passada na pequena aldeia sempre a tratar de animais e da agricultura. Claro que de há uns anos para cá ela teve que deixar de fazer uma série de coisas, porque a idade traz os seus males e impede-nos de fazer algumas das tarefas que sempre se tiveram por hábito fazer. Confesso que até vou sentir saudades de a ouvir rabujar, já que ás vezes ela tinha muito mau feitio.

O meu avô Zé, o seu marido, partiu há 7 anos quando contava com 94 anos de idade. Pelas minhas contas, a minha avó faleceu com 83 anos. Era 18 anos mais nova que o meu avô. Na 3ª feira ficaram juntos novamente. A minha avó foi enterrada na campa do meu avô… Prefiro pensar que “do lado de lá” já se encontraram e estão juntos novamente. O meu avô, com o seu ar sereno e calmo com que sempre o conheci. A minha avó, com o seu feitio mais rabujenta…

Vai ser muito complicado ir á “santa terrinha” e sentir o vazio deixado pelos dois…


Depois houve mais uma coisa que mexeu comigo. Costuma-se dizer que as famílias só se encontram ou nos casamentos ou nos funerais. E quando são famílias grandes, como é o caso, pior ainda. E na 3ª feira apercebi-me que isso é exactamente verdade. A última vez que a família esteve praticamente toda junta foi há cerca de 6 anos e meio, por altura de um casamento. Apenas faltou um tio meu. Antes disso, tínhamos estado todos juntos no funeral do meu avô. E na 3ª feira foi mais uma das raras vezes que a família se uniu, não por um bom motivo… Vi primos/primas e tios/tias que não via há desde esse casamento. O meu afilhado mais velho que na altura era um miúdo de 12 anos está agora um belo rapagão de 19 anos e está na universidade em Viseu. O seu irmão mais novo também está bem mais crescido. Os meus tios estão quase na mesma. Um pouco mais velhos, mas sempre com o mesmo olhar de que me recordo desde pequena. Conheci as minhas priminhas gémeas que já vão a caminho dos 5 aninhos. Vi uma foto do meu afilhado mais novo que com 9 anos está lindo. O tio L. que ainda é solteiro vai agora sentir mais o peso da solidão, já que não vai ter a companhia da minha avó. Apercebi-me que me distanciei da minha família e nem tinha a noção das saudades que afinal eu sentia deles. E prometi a mim mesma que, apesar da família ser grande e se encontrar dispersa, vou fazer os possíveis por voltar a ter mais contacto com eles. Já está destinado: muitos fins-de-semana serão passados em visitas familiares!

Bom, por hoje é só.

Agradeço a todos as informações e o apoio dado na minha experiência com a colocação de aparelho nos dentes e prometo que no próximo post actualizo as informações acerca das minhas dentolas.

Sarah Brightman & Andrea Bocelli – “Time to Say Goodbye”