Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P’ra não chegar tarde
Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão
Vou continuar a procurar
a quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só
Quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder
Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P’ra outro lugar
Vou continuar a procurar
o meu mundo, o meu lugar
Porque até aqui eu só
Estou bem
Aonde não estou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou
Porque eu só estou bem
Aonde não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou
Não, não morri (ainda), nem desapareci da blogosfera. E não, sr. Rafeiro, não preciso de um balde de água fria!
Penso que desde que iniciei o blog, que esta foi a pausa mais longa que fiz. Não estive de férias, nem doente, nem nada disso. Tenho andado por aqui, tenho passado nos vossos blogs. Mas ausentei-me do meu. E agora, que escrevo de novo, pergunto-me se não era melhor continuar assim em stan-by...
Fevereiro foi um mês complicado em vários aspectos. Profissionais, pessoais, enfim... E depois de meses a recuperar, a lutar por ultrapassar vários obstáculos, eis que de repente volta quase tudo à estaca zero...
Não gosto de me queixar e evito ao máximo ser lamechas. Já me disseram que tendo a mostrar que sou forte... Sou mais do tipo de ouvir e ver e ir enchendo. Mas a verdade é que chega a um ponto em que as coisas acumulam e a gente rebenta. Pelo menos, comigo é assim. O pior é que ainda que rebentando, nada muda, nada se resolve.
Começo a ficar cansada. Aliás, já comecei há muito. Cansada de tanta coisa. Da indiferença de alguns (ou serão muitos?), dos "2 pesos e 2 medidas" (principalmente quando isso vem da família mais próxima), do dar e não receber... e de me sentir tão pequenina...
Há muitos muitos anos (agora até parecia o José Cid...) pensei que quando crescesse a vida fosse ficar mais fácil. Pensei que conseguiria marcar a diferença. Que iria alcançar a felicidade. Pensei que eu seria alguém... Mas passados esses muitos muitos anos, vejo que eu não passo de um ser insignificante e fracassado também.
Desde que me lembro, nunca nada deu certo à primeira tentativa. Nunca me facilitaram as coisas. Nunca fui a nº 1 em nada. Nem mesmo, quando praticava atletismo, numa prova em que era só eu e outra rapariga eu consegui ficar em 1º. Logo aí está um dos meus inúmeros fracassos...
No entanto, apesar dos que sempre me puxaram para baixo, nunca desisti e a pouco e pouco, com esforço, dedicação e persistência, fui construindo a minha vida e conquistando a minha independência. E evoluindo. Sim, porque temos que ir "crescendo" e ambicionar (de forma saudável, claro) por estarmos no degrau mais acima.
Mas se isso demora muito a conseguir-se, é tão mais fácil e rápido de se perder... Foi isso que aconteceu.
E hoje, depois de ter estado lá mais no alto, vejo que a minha vida não passa de uma sombra daquilo que já foi... E que, embora adulta, continuo a ser tão pequenina... e fraca também. E que a persistência de outros tempos anda agora escondida... E que olhando em frente, não vejo nenhuma porta entreaberta. E que nem o passar do tempo é o suficiente para curar...
Fracasso atrás de fracasso... É assim que me vejo, é assim que sou. Impotente para fazer feliz que está perto de mim, incapaz de me sobrepor a atitudes incorrectas de alguns, cansada de lutar por um emprego melhor, sem capacidade de ignorar "os outros", sem sabedoria para apreciar o dia-a-dia, vendo os sonhos cada vez mais longe da realização...
Gostaria de saber olhar mais para mim e menos para os outros. Não me preocupar nem dar tanto de mim. Não me importar demais com o que os outros dizem e/ou fazem. Ser talvez um pouco egoísta... Mas acho que aí já não seria eu e não saberia viver assim...
Quem disse que a vida é fácil? Ou será que somos nós que a complicamos demasiado?...