segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

O passado continua presente...

Hoje tem sido um dia complicado.

Para começar é 2ª feira…para mim, o pior dia da semana. Depois o tempo também não tem estado a ajudar. É um daqueles dias em que apetece ficar em casa, de papo para o ar, sem fazer nada a dormir ou a ver televisão.

Já ontem não saí de casa. Quando vi as horas, achei que já não valia a pena sair. Não fui dormir, pois tinha saído da cama já depois da hora de almoço (um pouco dorminhoca, eu sei). A programação da televisão também não estava muito favorável (para quem não tem TV cabo a escolha é muito limitada), mas foi a solução que escolhi.

Para ser sincera, não me recordo do que vi. Sei que liguei o aparelho e me sentei à frente dele, mas acho que não vi nada. Embora ali estivesse sentada, a minha cabeça estava noutro lugar.

Comecei a pensar na vida, no rumo que a minha está a seguir. Ainda na 6ª feira alguém me disse: “Por tanto pensarem no futuro, há pessoas que não vivem o presente”. E é bem verdade não é?

No meu caso, não só penso no futuro, como ainda não me desprendi do passado.

É acerca do passado que hoje escrevo.

Existiram tantas mudanças na minha vida. Umas por minha opção, outras por “imposição”. Já estamos num novo ano, eu sei, mas parece que ainda estou a ressacar de tantas alterações.

Pus-me a pensar em alguém com quem partilhei grande parte da minha vida. Alguém que eu deixei para trás. Alguém que supostamente devia ter ficado somente no meu passado. Alguém que, confesso, afinal ainda hoje faz parte do meu presente pois ocupa tanto tempo do meu pensamento.

Pensei em ti. Pensei no teu sorriso e nas tuas brincadeiras. Pensei nos nossos momentos juntos, nos nossos passeios, nas nossas viagens, nos planos que tínhamos para o futuro. Pensei nos momentos em que estavas sempre lá para mim. Mesmo que tivesses tido um mau dia no trabalho, tinhas sempre ainda paciência para ouvires os meus problemas e os meus desabafos. Pensei nas nossas conversas. Pensei em todas as situações em que agíamos com cumplicidade. Já nos conhecíamos tão bem que um olhar bastava para que o outro soubesse o que queríamos dizer ou fazer. Pensei nas brincadeiras e nas piadas que fazias para me animar quando eu estava num dia menos bom. Pensei no teu optimismo quando eu baixava os braços perante um problema.

Pensei em ti. Pergunto-me o que tens feito desde que saí da tua vida. Pergunto-me a sítios irás agora, com que pessoas estás…mais importante: como te sentes. Queria tanto ter notícias tuas. Queria tanto saber de ti.

Talvez pense ainda demasiado em ti. Não deveria. Se fui eu que terminei com tudo, não me deveria preocupar tanto, nem tão pouco pensar no passado, pois não? Eu também acho estranho.

Sempre disse que queria o teu bem. Sempre disse que gostava muito de ti; que não te amava, mas que gostava muito de ti.

Hoje questiono-me: será que eu não te amava? Será que afinal ainda te amo?

Estas perguntas são um eco recorrente na minha cabeça.

Tenho sentido uma solidão tão grande e um vazio enorme. É bom estar em casa sozinha, mas sinto falta de chegar e ter com quem partilhar uma conversa, uma refeição, um carinho. Sinto falta de ti. Que aperto n o coração…

Tenho medo de estar a fazer uma grande confusão. Tenho medo de estar a confundir Saudade com Amor. Tenho medo.

Não posso falar disto com ninguém. Mesmo que quisesse, não teria ninguém com quem falar. Resta-me desabafar assim. Escrevendo para todos e para ninguém e sobretudo para mim. Pelo menos este cantinho é o meu espaço privado. Ninguém sabe que o tenho. Quem me lê não sabe quem eu sou. É o meu segredo, o meu tesouro que protejo e partilho. Uma espécie de diário; um livro onde vou colocando os meus pensamentos e ansiedades.

Hoje escrevi sobre o passado; mas o futuro também é importante. Numa próxima oportunidade, dedico-lhe uma página neste livro.

E não se pense que eu sou uma pessoa “depressiva” por escrever coisas deste género. Apenas estou a passar uma fase complicada da minha vida, que me deixa um pouco triste. Quando as coisas se resolverem e os problemas se dissiparem, o meu tom de escrita será outro.

3 comentários:

Sea disse...

As escolhas são feitas conscientemente. quando se toma uma opção, sabe-se +/- ao que se vai.
Talvez seja apenas uma questão de tempo, talvez seja o resquício de uma opção errada. Procura dentro de ti a resposta, porque só lá é que a irás encontrar.
beijos

maria inês disse...

não é só o teu pé direito!!! são todos os pés direitos!!!

**:))))))))

(vou voltar)

LurdesMartins disse...

Obrigada pela tua simpática visita!
És mais uma da família lá no sítio... é que há uma Carraça que de vez em quando me visita!
Este teu post tocou-me! Muito do que aqui li, podia perfeitamente ter sido escrito por mim. Engraçado como somos tantos a viver o mesmo tipo de sentimentos e situações... todos diferentes e todos iguais, não é?!!?
Prometo voltar para saber mais de ti!
Beijinhos