sexta-feira, 27 de março de 2009

I'm not perfect but I'm not lost!


Aqui estou de regresso, quase 3 semanas depois do último post. Passei algum tempo a meditar no que escrevi e a tentar digerir tudo e encontrar alguma paz interior. Não posso dizer que dei com a solução perfeita, nem que num ápice todos os problemas desapareceram. Aliás, continua tudo na mesma, nenhuma situação se alterou. Mas tenho tentado não passar muito tempo a pensar nisso nem a me martirizar porque alguma coisa correu mal.

Eu não sou perfeita. Como tal também as coisas na minha vida não o serão.Será que existe alguém que seja completamente perfeito, que tenha uma vida que seja a perfeição absoluta? Não, não me parece que exista. Afinal não conheço ninguém que esteja a 100% de bem com a vida... há sempre qualquer coisa que falha, há sempre algo que corre menos bem. Por isso, estou a tentar mudar a minha ideia de que, lá por uma série de coisas não estarem bem, isso não significa que eu seja um fracasso de pessoa. Posso falhar em algumas coisas, mas não sou completamente fracassada.

Por exemplo, há cerca de 2 anos e meio a minha vida mudou completamente. Fim de um casamento, ir viver temporariamente para outro local, ficar sem emprego, ver a falsidade de pessoas que julgava amigas... tudo aconteceu num curto prazo de tempo. Mas lá consegui ir dando a volta à situação. Arranjei outro emprego que não me dá o gozo do anterior, mas permite que me possa sustentar. Mudei para a casa que comprei e que entretanto ficou pronta. Não, não é a casa que eu gostava e tem-me dado algumas chatices, mas sem dúvida que é o local onde me sinto melhor, é o meu ninho. O Carracinho surgiu na vida, as coisas tornaram-se sérias e demos o nó. É com ele que eu posso contar, é ele que tem estado sempre do meu lado nos tempos difíceis. Quanto aos "outros"... Bom não posso esperar muito dos "outros", isso estou a aprender. Tal como também preciso de entender que não me posso dar tanto, principalmente quando me ponho para 2º plano. E depois também tenho a Netty, a minha grande amiga e companhia! A propósito ela hoje está aqui no trabalho comigo, vejam lá:
E para fazer algo por mim, comecei a dedicar-me novamente ao meu hobby de fazer peças de bijuteria e afins, o que me faz abstrair dos problemas. E voltei a pedalar na minha bicicleta estrategicamente montada em frente à janela e bastantes abdominais, numa guerra declarada aos 5 kgs que resolveram aparecer nos últimos meses! E estou a tratar também de realizar um outro plano muito especial que, espero eu, não demore nem seja muito difícil de concretizar.


Agradeço os vossos comentários. Agradeço as palavras de força e também os conselhos. Um agradecimento enorme à Cátia que, apesar de estar do outro lado do ecran, tem estado aqui tão pertinho. Beijinhos para vocês todos. Nem sabem o bem que me fazem!

"Só porque estou a perder, não significa que esteja perdida!"




Coldplay - "Lost"

terça-feira, 10 de março de 2009



Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P’ra não chegar tarde

Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão

Vou continuar a procurar
a quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só
Quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi

Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder

Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P’ra outro lugar

Vou continuar a procurar
o meu mundo, o meu lugar
Porque até aqui eu só
Estou bem
Aonde não estou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou
Porque eu só estou bem
Aonde não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou



Não, não morri (ainda), nem desapareci da blogosfera. E não, sr. Rafeiro, não preciso de um balde de água fria!

Penso que desde que iniciei o blog, que esta foi a pausa mais longa que fiz. Não estive de férias, nem doente, nem nada disso. Tenho andado por aqui, tenho passado nos vossos blogs. Mas ausentei-me do meu. E agora, que escrevo de novo, pergunto-me se não era melhor continuar assim em stan-by...

Fevereiro foi um mês complicado em vários aspectos. Profissionais, pessoais, enfim... E depois de meses a recuperar, a lutar por ultrapassar vários obstáculos, eis que de repente volta quase tudo à estaca zero...


Não gosto de me queixar e evito ao máximo ser lamechas. Já me disseram que tendo a mostrar que sou forte... Sou mais do tipo de ouvir e ver e ir enchendo. Mas a verdade é que chega a um ponto em que as coisas acumulam e a gente rebenta. Pelo menos, comigo é assim. O pior é que ainda que rebentando, nada muda, nada se resolve.

Começo a ficar cansada. Aliás, já comecei há muito. Cansada de tanta coisa. Da indiferença de alguns (ou serão muitos?), dos "2 pesos e 2 medidas" (principalmente quando isso vem da família mais próxima), do dar e não receber... e de me sentir tão pequenina...

Há muitos muitos anos (agora até parecia o José Cid...) pensei que quando crescesse a vida fosse ficar mais fácil. Pensei que conseguiria marcar a diferença. Que iria alcançar a felicidade. Pensei que eu seria alguém... Mas passados esses muitos muitos anos, vejo que eu não passo de um ser insignificante e fracassado também.

Desde que me lembro, nunca nada deu certo à primeira tentativa. Nunca me facilitaram as coisas. Nunca fui a nº 1 em nada. Nem mesmo, quando praticava atletismo, numa prova em que era só eu e outra rapariga eu consegui ficar em 1º. Logo aí está um dos meus inúmeros fracassos...

No entanto, apesar dos que sempre me puxaram para baixo, nunca desisti e a pouco e pouco, com esforço, dedicação e persistência, fui construindo a minha vida e conquistando a minha independência. E evoluindo. Sim, porque temos que ir "crescendo" e ambicionar (de forma saudável, claro) por estarmos no degrau mais acima.

Mas se isso demora muito a conseguir-se, é tão mais fácil e rápido de se perder... Foi isso que aconteceu.

E hoje, depois de ter estado lá mais no alto, vejo que a minha vida não passa de uma sombra daquilo que já foi... E que, embora adulta, continuo a ser tão pequenina... e fraca também. E que a persistência de outros tempos anda agora escondida... E que olhando em frente, não vejo nenhuma porta entreaberta. E que nem o passar do tempo é o suficiente para curar...

Fracasso atrás de fracasso... É assim que me vejo, é assim que sou. Impotente para fazer feliz que está perto de mim, incapaz de me sobrepor a atitudes incorrectas de alguns, cansada de lutar por um emprego melhor, sem capacidade de ignorar "os outros", sem sabedoria para apreciar o dia-a-dia, vendo os sonhos cada vez mais longe da realização...

Gostaria de saber olhar mais para mim e menos para os outros. Não me preocupar nem dar tanto de mim. Não me importar demais com o que os outros dizem e/ou fazem. Ser talvez um pouco egoísta... Mas acho que aí já não seria eu e não saberia viver assim...

Quem disse que a vida é fácil? Ou será que somos nós que a complicamos demasiado?...