“De Espanha: nem bons ventos, nem bons casamentos!”
Sempre ouvi dizer isto, mas agora pude ter a prova de que determinados ditados têm mesmo fundamento.
Descobri que o cinismo, a falsidade e a intriga fazem parte dos princípios de vida de algumas pessoas. Neste caso das 2 miúdas novas que são as nossas patroas, donas de uma cadeia de lojas bem conhecida aqui e em Espanha. Chegam aqui com falinhas mansas. “Fiquem tranquilos que não se passa nada.” Tiveram até a lata de convidar-nos (a mim e aos 4 colegas) para o almoço. E mais tarde, meia hora de irem embora, tratam de mandar 2 pessoas embora!!!!!!! Uma delas hoje já não veio trabalhar, uma vez que era contratada temporária. E em relação á outra, uma pessoa com quem eu já tinha trabalhado antes e que depois de ter surgido uma vaga veio trabalhar também para aqui, á partida não pode ser despedida pois não se cumpriram alguns prazos legais. Mas o dinheiro manda tudo. Se não a quiserem cá, pagam-lhe uma indemnização insignificante e dão-lhe á mesma um pontapé no traseiro. A ela, a mim e aos outros colegas. Sim, porque se elas pensam que nós somos parvos estão bem enganadas. É que todas as atitudes delas já deram a entender o que se vai passar: daqui por uns meses de certeza que vão fechar o escritório daqui de Portugal e passam a fazer tudo a partir de Espanha. É incrível como nós, aqueles que dependemos dos outros para o nosso sustento, não passamos de simples marionetas que de um momento para o outro passam a ser tratadas como lixo.
E se parecia que a minha se ía recompondo devagar (aliás…muito devagar) eis que de repente volta quase tudo á estaca zero. Mas é que é mesmo tudo. Está tudo como há uns tempos atrás. E eu não sei se vou ter forças para aguentar tudo isto mais uma vez. Planos e sonhos ficam definitivamente arrumados numa gaveta. De que me vale sonhar e fazer planos, se nunca os irei concretizar? De que vale viver assim?
Xutos & Pontapés - "Circo de Feras"
A vida vai torta
Jamais se endireita
O azar persegue
Esconde-se à espreita
Nunca dei um passo
Que fosse o correcto
Eu nunca fiz nada
Que batesse certo
E enquanto esperava
No fundo da rua
Pensava em ti
E em que sorte era a tua
Quero-te tanto
Quero-te tanto
De modo que a vida
É um circo de feras
E os entretantos
São as minhas esperas
E enquanto esperava
No fundo da rua
Pensava em ti
E em que sorte era a tua
Quero-te tanto
Quero-te tanto