Gosto de visitar as minhas carracinhas amigas e gosto de ver que têm sempre algo de interessante para escrever ou algo para nos darem a conhecer. Gosto de ler os que escrevem poesia, gosto de ficar a par de sugestões musicais, gosto de ir até sítios onde se mostra o amor pelos animais, gosto de ir a sítios simples de pessoas simples e grandes também.
Mas a mim tem-me faltado assunto. Digamos que na minha vida não se passa nada de muito interessante. Tudo muito simples. Sempre a mesma rotina.
Se bem que no fim-de-semana passado as noites foram ligeiramente diferentes por ter dado um saltinho a uma feira aqui perto. Queria até destacar um concerto que lá foi dado pelos The Gift e que gostei muito de ver. A vocalista Sónia tem na minha opinião muita energia e uma grande presença em palco. Deixo até aqui uma música que não conhecia mas que me cativou logo que a ouvi. A qualidade de imagem não é muito boa, mas foi o melhor vídeo que encontrei.
The Gift – “645”
De resto, a minha vida não tem grandes episódios para relatar. Não é lá muito interessante. Penso eu de que…
No entanto, se há um ano atrás me dissessem que a minha vida iria dar mais voltas que um pião no chão…tinha-me desmanchado a rir.
A verdade é que deu. Decisões tomadas. Decisões impostas. Muitas mudanças ocorreram. Muitos obstáculos surgiram. Portas fechadas. Janelas abertas.
Tudo mudou completamente. Há que tempos que me sinto como se isto fosse um sonho. Como se me estivesse a ver a mim por fora. Como se fosse acordar e encontrar uma realidade diferente. Mas não. Não é um sonho…é mesmo a minha vida.
Embora seja uma pessoa muito racional e com os pés assentes na terra, a verdade é que parece que o chão se mostra instável. Estabilidade (a todos os níveis) é qualquer coisa que já não sinto faz algum tempo.
Costumo dizer que a minha cabeça está sempre a trabalhar continuamente. E acho que isso não me está a fazer bem. Mas também já não sei o que fazer para evitar isso. Penso e repenso. Em tudo. No importante e no irrelevante. Nos caminhos seguidos e nos becos sem saída. No sinal verde e no vermelho. No play e no pause.
Encho a minha cabeça de pensamentos. Sei que não devemos ocupar demasiado a nossa cabeça com pensamentos, mas não sei deixar de o fazer. Passado, presente e futuro. O tempo deveria parar para poder pensar tudo de uma vez só e depois prosseguir já com tudo pensado e planeado. Mas não dá para fazer isso…
E temo que as mudanças não se fiquem por aqui. Algo me diz que mais qualquer coisa vai mudar. E se calhar é mesmo melhor que mude. Para já vou continuar a “ir na onda”. Mas não sei até quando. Estou cansada. Mas sei que mais qualquer coisa vai mudar. E acho que sei exactamente o quê. E assusta-me pensar que mais mudanças vêm por aí. Mais coisas para darem que fazer a esta cabecinha…Qualquer dia acho que enlouqueço. Corrijo: por vezes penso que já enlouqueci!
Acho que já nem tenho remédio. Nem sei que mais fazer comigo. Para já é ir passando cada dia devagarinho. Tentar não pensar muito. Fazer a minha vidinha simples e normal. Mas com receio do que possa encontrar ao virar de mais um dia.
The White Stripes – “I just don’t know what to do with myself”
Mas se com tantas mudanças sobrevivi…acho que ainda aguento mais algumas. Ou não… Sei lá!